
"O casamento é a identificação de duas pessoas imperfeitas num indivíduo completo."- Ramalho Ortigão
Uma vez surge o encontro. No outro o reencontro e depois a rendição.
Entra-se num processo de alienação: todos químicos corporais são responsáveis pela euforia. Inicia-se a viciação.
Então deixa de existir o mundo, passa -se a viver numa "cabana" que possui tudo o que é necessário para a Felicidade entre um par.
Mais tarde, pestaneja-se, porque se dá conta que afinal a vida lá fora continuou. É preciso integrá-la, para que a nosso abrigo não se desmorone, porque não se vive dos sentimentos, come-se, bebe-se, há o trabalho, a labuta originada pelas profissões, cobram-nos contas. Mas realmente, em cada dia torna-se difícil esperar pela noite, para mais uma dose de amor...Ah afinal o afecto dá vida!
E um dia já são três, surge um "intruso", oriundo dos dois.por cumplicidade, que veio abalar a nossa bem-aventurança. Chora, come, reclama cuidados...depois pede, exige, aporta para casa obstáculos, que dividem os progenitores, limitam-lhes a harmonia, mas são também o elo da luta comum, da convergência, em prol do apelo do "sangue". E repete-se o instinto de sobrevivência...Abalos no quotidiano!
Porém, o que alia os amantes é que se vai sempre arranjando espaço para "escapadelas", esquecimentos transitórios dos constrangimentos, onde a história de amor com "barbas" se revê no vício da paixão juvenil que afinal parecera não ter esmorecido, só adiado... É nesses intervalos do quotidiano, que ainda há lugar para Amar numa "toca" improvisada, desde que apinhem os dois.
As imperfeições de cada um, muito gritadas mutuamente, terminam ali e agora, dão lugar ao ao Éden, num envolvimento harmonizado por convenção. O ciclo da cegueira deu origem a um espaço de maturidade conivente, de tolerância, com algum espaço diáfano para a fantasia ...
Diferentes, mas comuns...
O segredo de longevidade de um casamento?
A propósito, Bernard Shaw escreveu assim:
"Se você não se pode livrar do esqueleto que está no seu armário, é melhor que o ensine a dançar."
É, pode não ser fácil a felicidade a dois, mas:
ResponderEliminarviver sem amor
É como não ter para onde ir
Em nenhum lugar
Encontrar casa ou mundo.
É contemplar o não-acontecer
O lugar onde tudo já não é
Onde tudo se trnsforma
No recinto
De onde tudo se mudou.
Sem amor andamos errantes
De nós mesmos desconhecidos
Descobrimos que nunca se tem ninguém
Além de nós próprios
e nem isso se tem.
Ana Hatherly
Oi Meg, Obrigada pela visita, seu Blog é muito bom! Estou te seguindo!!
ResponderEliminarAbs
Liana
É com “Palavras” que pintarei sonhos
ResponderEliminarNavegarei mares, voarei sobre o azul do Mar
Aqui virei com elas pintadas de ternura
Aqui dexei um pouco do meu sonhar
Foi um gosto aqui passar
Terno beijo