terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Solitário....Solidário....



in usuarios.lycos.es/waldemar/solitario.jpg

“Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa
quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
E eu continuarei neste homem” …

(“Canto para minha morte” de Raul Seixas e Paulo Coelho)

O ser humano é um ser sectário e por isso, tende a viver isolado. Socializa-se porque se apercebe da sua impotência, face `a natureza, que se lhe sobrepõe. Daí, que movido pelo seu instinto de sobrevivência, busca ajuda nos outros seus semelhantes. Deste modo, torna-se sociável, pela via egocêntrica, que lhe está implícita, fugindo dos seus medos, ocultando a sua fraqueza, enquanto ser.

O progresso afinal, não é mais do que o resultado de uma certa forma de vida dual humana, que implica sofrimento: a solidão e a colectividade. Ambas provocaram o engenho humano. E essa inovação criativa é resultante da vida social, pela superação dos medos e dos desafios, como produto da capacidade humana de resolver problemas associando-se a outros semelhantes, para se fortalecer face às realidades mais fortes, só vencidas por uma acção conjunta.
A nossa individualidade interrelaciona- se com outras individualidades, manifestando-se esse resultado numa vida social, a nossa subjectividade interage assim, com outras subjectividades, levando o ser humano a ser solidário, ainda que não pela benevolência, mas pela necessidade, agindo em troca de benefícios, interesseira, é certo, porém ela caracteriza a acção humana.

“Faz ao outro para que o outro retribua!”

“Meu aqui é o lá deles. Meu agora não se sobrepõe completamente ao deles. Meus objectivos diferem dos deles e podem mesmo entrar em conflito”. (BERGER)