"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. (.Declaração dos Dieitos e cidadãos, artigo1) A vida é um bem de todas as pessoas., nenhuma vida humana é diferente de outra, nenhuma vale mais do que outra O entendimento filosófico é que a vida humana é um bem anterior ao Direito, que a ordem jurídica deve integrar.. E nenhum bem humano é superior à vida, não sendo portanto justo matar, para que alguns homens fiquem mais poderosos, para satis fazer as ambições ou a intolerância de alguns, nem para que uma parte da humanidade possa vir a impor ao resto do mundo seu sistema de vida.
Daí que Amnistia Internacional se oponha à pena de morte em todos os casos, por ser uma degradante violação à vida, condiderando contudo ainda medidas que limitem a aplicação da pena de morte, tendo por finalidade no limite, a direcção à abolição total de tal pena capital, incluindo ressalvas que impessam a execução de menores.
Por outro lado, há também o direito à morte, ou melhor, a liberdade e o direito de, em situação de igualdade, poderem dispor de da sua vida, sem penalizar terceiros, inflingindo-lhes sofrimento coercivo.
Disto advem o velho problema da eutanásia, já que o suicídio parece ser um caso arrumado,após a sua concretização, cujas lágrimas, porventura vertidas pelos enlutados, não incriminam os suicidas, apenas lamentam a sua perda.
A eutanásia é um vocábulo derivado do grego eu (bom) ethanatos (morte) significando , a morte doce e tranquila. Foi mesmo um conceito associado ao "Euthanasieprogramm "do nacional socialismo, eliminador de doentes portadores de alterações genéticas, impeditivas de seleccionar uma boa raça...
O prolongamento artificial da vida deveencontrar uma fronteira. Se por um lado, a medicina aliada à tecnologia avançou e continua avançando, ao ponto, de conseguir através dela prolongar a vida humana, por outro lado, deve ter-se presente os limites toleráveis da procrastinação de modo a indefinir o inevitável processo da morte, prolongando o sofrimento alheio.
Há uma rota de colizão entre a concepção de morte e a dignidade humana.
Até onde começa o direito à vida e termina o direito à morte por opção?
Quem pode condicionar o livre arbítrio?
Como se pode ser o responsável pela vida e morte dos que não se podem pronunciar sobre elas?
"Viver interessa mais que ter vivido" .
Agostinho da Silva ("Textos e Ensaios Filosóficos")
"...morremos no exacto momento em que deixamos de ser úteis" |
Sartre , Jean-Paul ("Mortos Sem Sepultura") |