sexta-feira, 27 de março de 2009

fragilidades



Jade Goody, a britânica que ficou celebrizada por ter participado no «Big Brother» do Reino Unido e que tem feito da sua própria vida um reality show, morreu este domingo, às 3:15 locais, vítima de cancro do colo do útero.


 
 Lembrei-me  então de um poema, que condensa nele a verdade crua da Condição Humana, é de Ary dos Santos. Dispensa apresentações, emana dureza, mas recorda-nos a nossa pequenez, acorda-nos para o tempo que nos resta.....e  leva-nos a abrandar, viver um dia de cada vez, como se professa nas associações de viciados crónicos, quando a vida parecia perdida, sem sentido.

Todos sofremos. 
O mesmo ferro oculto 
Nos rasga e nos estilhaça a carne exposta 
O mesmo sal nos queima os olhos vivos. 
Em todos dorme 
A humanidade que nos foi imposta. 
Onde nos encontramos, divergimos. 
É por sermos iguais que nos esquecemos 
Que foi do mesmo sangue, 
Que foi do mesmo ventre que surgimos. 

 in 'Liturgia do Sangue'



terça-feira, 24 de março de 2009

AME - se a EMA


Eternidade

Vens a mim 
pequeno como um deus, 
frágil como a terra, 
morto como o amor, 
falso como a luz, 
e eu recebo-te 
para a invenção da minha grandeza, 
para rodeio da minha esperança 
e pálpebras de astros nus. 
Nasceste agora mesmo. Vem comigo.
Nasceu a Ema!
Que saudade de ser uma jovem mamã aflui à alma, através do pensamento e da recordação: a dor das contracções do parto, a força para puxar a criança, o urro breve mas intenso, acompanhando o deslizar do corpo dentro do outro corpo, o cheiro a maternidade, o choro ansiado do bébé, a emoção da proeza, os parabéns do pessoal ajudante naquele esforço....

O cérebro é um órgão de registos, à custa dos químicos que liberta, transporta-nos ao passado, sem máquina do tempo!

Que a Ema ame, que seja amada, o amor dela emane risos e vida. A mãe da Ema amou-a desde o primeiro momento em que soube da sua existência. Amar a Ema é fácil...indefesa,pequenina, moldável, pertença absoluta dos pais que embalam, amando-a.

Um dia, breve aliás, a Ema cresce,  livre, ama a Ema, o pai, a mãe, os avós, talvez um irmão, os amigos. Adquire defesas, faz-se forte, usa uma personalidade, partilha o seu ser, contraria o instituído, cria asas... voa do ninho.

 

Que a Ema ame, que seja amada, o amor dela emane risos e vida. A mãe da Ema amou-a desde o primeiro momento em que soube da sua existência. Amar a Ema é fácil...indefesa,pequenina, moldável, pertença absoluta dos pais que embalam, amando-a.

Um dia, breve aliás, a Ema cresce,  livre, ama a Ema, o pai, a mãe, os avós, talvez um irmão, os amigos. Adquire defesas, faz-se forte, usa uma personalidade, partilha o seu ser, contraria o instituído, cria asas... voa do ninho, há-de ser grande!

Todas as grandes personagens começaram por serem crianças, mas poucas se recordam disso    aint-Exupéry