quarta-feira, 8 de abril de 2009

Dopamina, ou o transporte da felicidade...


In Google-imagens
Nunca    amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém
Fernando Pessoa

Quando alguém passa por situações positivas , é estimulada a produção de uma substância química  no cérebro,denominada dopamina,
Nos terminais de alguns neurónios, a dopamina é depositada em pequenas vesículas.
Para transportar sinais eléctricos gerados pelo estímulo, as vesículas libertam então a dopamina para outros neurónios, estabelecendo ligações chamadas sinapses.Levados até o córtex cerebral, esses impulsos eléctricos transformam-se em sensação de bem-estar.
E pronto, entramos em risco,o risco do prazer, aquele que de imediato se "cola" na nossa  cabeça e nos transporta a boas recordações, de cada vez que nos deparamos com o que nos liga a elas...Podemos mesmo ficar dependentes dessa felicidade "fabricada" através da química que nos leva a ficar em "adoração", como se não houvesse mais nada à nossa volta...
Vai perdendo o efeito, vai-se evaporando, vão-se substituindo as reacções no "laboratório", outras substâncias serão segregadas, outros sentimentos irão produzir-se.
E  como explica Espinoza:
Uma emoção deixa de ser paixão assim que formamos uma clara e distinta ideia acerca dela
E segue-se um novo afecto: a tolerância, como forma de paciência concentrada, caridade da nossa inteligência, tornando-nos assim indulgentes...
    

terça-feira, 7 de abril de 2009

O preto e o branco...






"Os costumes resultam do hábito convertido em carácter."
     Hobbes                                                                                                              
                                                                                                    
                                                                                                                                                                                                                                             in Google imagena-xadrês

Nada na vida se resume a estas duas tonalidades. É fácil  encontrar as respostas pelo que está pré-estabelecido, em função do local onde vivemos. São as coordenadas que estipulam as normas e condicionam as decisões.
Vejamos: o ilícito daqui não é o de lá; o crime daqui é feito heroico de acolá. Mas o agente que o pratica é o mesmo, o ser humano. A globalidade que hoje serve de justificativo aos interesses macro-económicos, não rege os comportamentos sociais com igualdade. Defende-se a jurisprudência com a práticas  consuetudinárias, geradoras de desigualdades, pela educação obtida através dos tempos, baseada nas mentalidades, que a história social local foi edificando.
Aqui  mostro o corpo  na praia, é belo, ali, se o faço, serei um fora da lei; cá ajudo aluém a morrer, a pedido, após prolongado sofrimento, sou um  criminoso, lá, poderei contar com  o apoio familiar e até estatal, para que tudo corra pelo melhor; num país consumo uma droga leve num local frequentado, com permissão legal, em outro, sou incomodado pelas forçs da ordem,é proibido e ainda   em outro, vou mesmo  preso porque o que  faço é ilegal.
 O preto de uns é o branco de outros, como o luto, entre os usos do ocidente e do oriente.
Quem está certo? Quem estará errado? Porque somos diferentes, se afinal todos somos iguais?


domingo, 5 de abril de 2009

Teatrar.....





"O teatro é uma dimensão da poesia, isto é, a mais alta tentativa de conseguir que cada um de nós se envolva na verdade que não existe, e que é a razão de ser daquilo que dá sentido à existência e a essa coisa (...) que é o tempo."
 Eduardo Prado Coelho  






                                                                                  
                                                                                                                                                        
                                                                                                                                                   in Google Imagens - dia Mundial do teatro

O Eduardo já morreu, mas pensou muito enquanto passou por aqui.De facto é através do teatro que nós podemos voar nas asas da fantasia, vestindo as penas duma ave exótica, mesmo que apenas elas sejam só singelas....Imitadores de todas as formas de ser, ainda que discordemos do seu agir, preenchendo a ilusão do tempo, sendo omniscientes, controlando o passado e o presente da personagem, cuja pele usamos como sobrecapa.
É um prazer irresistível essse de teatralizar, dramas e comédias, somos bichos fingidos por obediência à nossa educação, segundo a doutrina do preconceito, somos autênticos quando interpretamos um papel!
O drama é a razão deser de qualquer personagem, a sua arte está em 
ter a sorte de ser actor e aí  pode rir até da morte....