sábado, 7 de março de 2009

Mestria do tempo


Ter 80 anos....

Participei nesse evento. 

Na verdade recordei a minha infância, quando acompanhei sem convicção esse  aniversário com os meus avós. Na época parecia-me uma eternidade, eram velhos, de pele engelhada, ossos retorcidos, olhar encovado, andar lento, ideias retrógradas, manias de idoso. 

Hoje alterei o meu sentimento, o meu olhar sobre a idade, sinto-me próxima, admiro o saber acumulado, a sobrevivência aos desgostos sentidos, as memórias dos momentos felizes, o respeito pelo proximidade de um fim, remando-se contra a maré, invertendo o tempo, em função do saber viver um dia de cada vez...

E já não são os meus avós, encurtou-se a distância, , a minha sogra, separa-me apenas uma geração!

O efémero é isto mesmo, a passagem tão breve, que quando paramos para pensar, olhamos para trás e damos conta do que já caminhámos, do que nos sobra e estamos lá...

A vida não se resume só o entusiasmo dos jovens; nem se restringe à reflexão dos velhos; não ese encontra apenas na audácia de uns, nem  na experiência dos outros; edifica-se pela  integração das virtudes contrárias, sem a  qual a marcha da humanidade  não seria possível, em todo o seu esplendor. 


"Não mudamos com a idade na estrutura do que somos. Apenas, como na música, somo-lo noutro tom" - Vergilio Ferreira

2 comentários:

  1. Oi, Meg!
    Não conhecia o livro que me indicou não. Fiz uma pesquisinha sobre ele e fiquei muito interessada. Vou lê-lo em breve.
    Adorei a dica. Muito obrigada!
    Beijinhos

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