quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natividade

WWW.mandalas, CH

Tempo de Natal!

Nascemos portadores do nosso futuro. O lastro do instinto para a iluminação reside na latência daquilo a que se chama de alma, que se alimenta do que aprende, sem contudo se desligar da essência, da aptidão, cujo potencial qualitativo aportará num acervo de competências capazes de transmitirmos aos que de nós germinaram.

As nossas rotinas misturam-se com os nossos sonhos. É por isso que nunca encontramos a nossa paz interior. Por vezes a doença, ou o desgosto, ao abrirem as portas da nossa fragilidade, também nos abrem para a humanidade, percebendo as subtilezas do universo.

As nossas energias andam aprisionadas nas memórias inconscientes que trazemos connosco, há quem as classifique de herança "cármica", marcada nos genes, que, somente com a maturação da vida se expande, se liberta das cargas sociais impostas e torna os nossos actos criativos, numa união equilibrada do racional com o emocional, deixando agir a nossa “alma”.

Quando derradeiramente renegamos o sucesso materialista para nos reconciliarmos com o nosso verdadeiro ser, aquele que percebe a condição humana. Então decantámos as nossas vivências e purificamos a nossa existência com uma maior harmonia, escutando o som do Universo. Finalmente somos…

Mandala?Ou aspiração à Paz....

É Natal!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

públicas virtudes, vícios privados


“Uns venceram por seus crimes, outros fracassaram por suas virtudes” - William Shakespeare

A sociedade em geral dá permanentemente informações ao indivíduo que vão sendo usadas na construção da auto-imagem do sujeito e que contribuem decisivamente para que este vá edificando uma imagem mais ou menos positiva de si mesmo. A família não é a única responsável nesta construção, mas cimenta nela uns "pilares” de suporte para o futuro do indivíduo.

Virtudes são todos os hábitos constantes que conduzem o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer colectivamente, no sentido laico e portanto cívico. A auto-estima é a percepção que cada um tem de si mesmo, em termos afectivos. Esta resulta de um longo processo, determinado por uma panóplia de experiências que surgem na sequência de vivências em diferentes contextos: os êxitos e fracassos, o estilo educativo incutido, as avaliações sofridas, os valores e modelos sociais são algumas das “peças” que vão sendo transmitidas, construindo a personalidade.

Amizade, compreensão, generosidade, justiça, lealdade, obediência, perseverança, respeito, honestidade, sinceridade, são todas as qualidades de vida que se destacam acima dos valores religiosos.

Mas quem as pratica? Quem bebeu o chá da educação casta? Os que se afastaram das tentações nefastas da sociedade? Ou os sofredores, ostracizados, os que saíram da escumalha, os marginais?

Damo-nos de caras com os “bem – criados”, em lugares cimeiros, condecorados pelo mérito da excelência, que um dia deixam a descoberto o reverso de medalha, que no verso guarda o contraponto da escória do perverso. E há deles que provindos do “lixo”, limpam a alma, purificam a vida, praticam a dignidade, são cívicos.

Quando nos primeiros o “pano cai”, é o desmascarar dos embustes e de falsas santidades. É a inversão das virtudes, em pecados capitais. Desfilam no rol a gula, a inveja, a ira, a luxúria, a preguiça, a soberba, a avareza. A metamorfose dos intocáveis… E há tantos por aí!

Não se pode construir o palácio da caridade sobre as ruínas da justiça.

sábado, 30 de outubro de 2010

a noite mágica

Luar google

O pensamento é o pensamento do pensamento. Luminosidade tranquila. A alma, de certa maneira, é tudo o que é: a alma é a forma das formas. Súbita tranquilidade, vasta, incandescente: forma das formas”. James Joyce

A "festa dos mortos" celebrava o " céu e a terra" , para os celtas, sendo o lugar dos mortos um lugar de felicidade pura, onde não haveria fome nem dor. A celebração realizava-se há mais de 2000 mil anos, com rituais presididos pelos sacerdotes druidas, que actuavam como "médiuns" estabelecendo a conexão entre os vivos e os seus antepassados falecidos. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares, sendo guiados pelos seus familiares, através das fogueiras. O catolicismo adoptou esta festa em honra dos defuntos, cuja expressão se encontra traduzida nos enfeites dos cemitérios, floridos e iluminados, perpetuando a elevação da alma, em comunhão com os parentes terrenos, numa memória una, que se crê imortal.

Nada de condenável este rito, solenizando a morte, enquanto perda e reencontro, porque se deseja, como sempre se aspirou, aliás, à eternidade, à ligação do que passou, com o que perdura e se vaticina ainda. O misterioso, o oculto e a fragilidade do ser humano, que racionaliza, mas não encontra soluções para o desconhecido, porque a partida deste mundo é insólita e inverosímil.

Dá-se a diáspora pelas teorias da clarificação, espremendo-lhes a clarividência possível, porém inacabada utopia, porque não passou ainda de um teorema, alimentado por especulações, adoçado por ilusões, cultos secretos, esperança de que o mundo dos vivos se propague no dos mortos, como uma continuidade anímica, que dá sentido à existência.

É a hora de homenagear os antepassados. Façamos a vigília, com máscara, travessura, magia e doçura

domingo, 26 de setembro de 2010

Contra - muros...

Marlene Dumas



O que faz alguns homens e mulheres serem recordados, é apenas a sua marca de inconformados com o politicamente correcto, que a sociedade estipulou como norma, porque os que ocupam nela lugares cimeiros, estabeleceram padrões segundo os seus valores, para que tudo o resto que não se encaixasse neles. Ostracizando, será mais fácil a uma minoria reinar. Melhor, dominar, deixando fluir a tendência humana para a repressão sobre tudo o que poderá apresentar-se como obstáculo na competição pela busca da felicidade. Será sempre assim? Tem sido sempre ao longo da História da humanidade, desde a conquista da sobrevivência na pradaria, em bandos primitivos, refinado à medida que a sociedade se tornava institucionalizada.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Em actualização




AVISO À NAVEGAÇÃO
"Que a inspiração chegue não depende de mim. A única coisa que posso fazer é garantir que ela me encontre trabalhando."" Picasso



Este Blog será actualizado, a partir de agora, somente uma vez em cada final de mês. Agradecida a todos os seguidores.

domingo, 29 de agosto de 2010



“O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer.”

Abraham Lincoln ,

A desilusão arrasa-nos, porque bloqueia a fé, suprime a esperança, tira o sentido à vida, ao demolir a vereda da nossa existência.

Nada é mais amigo da morte que o desengano, porque quando olhamos em frente só vislumbramos o sombrio caminho que não nos alenta a percorrer…

Dói e corrói, deixa um vazio imenso, uma dúvida relativa ao esforço empregue na construção fantasma daquilo que não se ergueu afinal. O júbilo esfumou-se e a alma enche-se de luto.

Torna-se agora mais tenebroso o futuro, tememos traçar propósitos, acabrunhados pelo pânico do malogro. Ficamos mais cépticos, a descrença alimenta o nosso dia-a-dia.

Passamos a sobreviver, deixamos de ser.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sum ergo cogito et dubito…

Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer?

William Shakespeare

Somos o que construímos, mas não escapamos à herança dos genes que nos criaram.

Constituímo – nos num punhado de ideias edificadas a partir da educação, da experiência e da aptidão inata para sermos alguém individualizado. Sentimos, mas também intuímos. Misto de bichos e de humanos, amamos e odiamos, por vezes com a mesma força com que devoramos, quando temos fome.

A melhor barreira que nos separa dos outros seres vivos é que trazemos connosco o dom da dúvida, face à vida. Questionamos tudo, reflectimos, hesitamos, decidimos em abono da razão ou do coração, mas o nosso vacilar conduz-nos à edificação da nossa existência.

Sabemos que somos finitos, mas porque o tememos, procuramos sempre não vislumbrar esse horizonte, actuamos como se não houvesse amanhã…A esperança é sempre a candeia que alumia o nosso percurso, agarramo-nos à mítica fé de que ainda não chegou a nossa hora. Observamos as partidas dos outros, que do mesmo cais zarpam rumo ao nada, expressamos os nossos lamentos, mas lá no fundo não consentimos que um dia destes sejamos nós a levantar a âncora. Presunção de eternidade…

Nunca será tarde: existimos, somos, duvidamos, vivemos e finamo-nos renegando a morte. E os que vão ao seu encontro, deixaram de duvidar, perderam o receio, desistiram da existência, demitiram-se de si.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A leitura do rosto

Censura in Google imagens

Quando a cara não transmite qualquer sentimento…(síndrome de Moebius, doença rara)

(Benedict Carey, in THE NEW YORK TIMES)

Não há como comunicar pela expressividade do gesto: o rosto que fala, as mãos que dizem palavras acalenta os nossos interlocutores, valendo mais que mil palavras! Faz falta hoje em todo o lado: nos hospitais, nas escolas, nos tribunais...As instituições, porque são organizações assentes em regras estipuladas para o efeito, tomaram como prática a eficiência acima do humanismo. E o ser humano é carente de afectos, são eles que lhe dão alento quando está frágil, vulnerável, num leito moribundo, numa sala de aula a ser testado, num tribunal, a ser sentenciado.

“Deus ter-nos-ia posto água nas veias, em vez de sangue, se nos quisesse sempre imperturbáveis”

(Júlio Verne)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A essência e a aparência

Salvador Dali

Não vivemos num mundo de verdades. A fogueira das vaidades alimenta a chama do fingimento, que, por sua vez nutre as mentes, em função da convencionado como socialmente correcto, ou, porque simplesmente não resistimos ao prazer do disfarce.

O baton encobre os lábios secos, o blush dá tonalidade à face, para ocultar umas rugas ainda susceptíveis de algum disfarce, o brilho dos tecidos ofusca o olhar dos que observam os que desfilam nos locais bem frequentados, a gravata empresta um ar respeitável ao homem que necessita ser aceite no mundo do trabalho, ou dos ambientes de glamour…

De uma maneira ou de outra todos inventamos. Fantasiamos…

A necessidade de encobrir, alterar, aparentar dá vida à segunda personagem que habita um pouco em todos nós. Se é um alter-ego, explicado pela ciência psicológica, que com maior ou menor intensidade se desenvolve connosco, ou, se é antes uma necessidade social que adquirimos, uns muito, outros pouco, através da educação, consoante o meio em que crescemos, pois será discutível, numa base académica, ou mesmo tema para uma investigação mais apurada.

Em algum momento da nossa existência metamorfoseamos… Efeito Pigmaleão!

A realidade é que o recurso ao disfarce é de facto tão ancestral quanto a humanidade, quando o homem das cavernas usava disfarces, obtido de artefactos, ou peles de animais, para rituais porventura de base mágica, apesar de poderem ter servido a sobrevivência, pela caça.

A simulação é quase um desafio, como um jogo a um só jogador de duas faces. E aplica-se em quase tudo, desde a maquilhagem, pela caracterização, à escrita, pelo recurso aos heterónimos e pseudónimos, à produção de imagem e som, na magia do cinema, personalizado pelos actores, ao mundo da Web, nas salas de chat, ou no second live.

Os subterfúgios têm sido o encanto que nos dá asas para voar, libertação do real, refúgio da dor, o mito cresce com os nossos sonhos, preenche-nos a mente, inebria o lado obscuro da dureza que a vida nos impõe, mas que a luz da fantasia nos empresta.

Quando já não existir outro “eu” em nós, simplesmente morremos.


sábado, 12 de junho de 2010

Ser ou não ser...


Há sempre um vazio nas nossas vidas, por mais que elas se encontrem preenchidas…

Sentimos por vezes um inconformismo que povoa o nosso ser, nos acabrunha e nos faz sentir uns miseráveis, sem razões para existir, que numa revolta interior dá asas ao manifesto agreste de rejeição, de uma imensa vontade de desistir…

Depois, lentamente, vamos recuperando da nossa sublevação, esquecendo o tal vazio, até novas recaídas, porque o quotidiano nos apela, num choro de criança, num telefonema parental, num pagamento em último dia, na resposta a um apelo, no caminho para o trabalho…

Erguemo - nos, retomamos o percurso, continuamos , labutando, como se não houvesse amanhã: volta a necessidade, o obrigatório, volta o estímulo, a vontade, o ânimo, até à reincidência de um outro desalento, que teima sempre em retornar…

Enquanto isso, vivemos!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Caminho...

Imagens Picassa

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

“Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou.
Sei que não vou por aí!” (José Régio)


Prefiro viver a vida singela, em local recatado
do que olhar paredes douradas de clausura,

ainda que em salas ornamentadas

e envolta em vestes ricas de tortura,

porque são moda, caras, delicadas

viver num cenário mágico…

que se desfaz num ápice…


Quero ir por aqui!


Vim ao mundo,
para amar o dia a dia ,
E desenhar meu caminho na poeira desbravada!
Derrubar minhas barreiras,

Amar as ravinas, as planícies e as águas,

Sem limites nas palavras,

Sem preconceitos nas acções,

Simplesmente viver sem praxe,

Usar o meu jeito liberal,

Porque sou, não me fabrico.

Não me submeto, não me globalizo,

Apenas quero ser eu,

Ir por aqui até ao meu final…

EU

quinta-feira, 6 de maio de 2010

BB Brasil 2010



"Há aqueles que lutam um dia; e por isso são bons;

Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;

Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;

Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis."

Bertold Brecht

Lutar significa gostar da vida. Luta-se porque se acredita, mas também se luta por sobrevivência. Todos temos o instinto da luta. Lutamos quase sempre pelos que amamos, ou por nós mesmos, porque preservamos o nosso eu.

Quem desiste de lutar e se entrega somente ao acaso, vulgarmente traduzido por destino, ou deixou de crer, ou entrega o espírito á aventura, porque esmoreceu as emoções, ou ainda porque as do desafio do perigo eminente se sobrepõe, como uma compulsão á linguagem dos afectos.

O mundo constrói-se da luta diária dos seres humanos, enquanto estes vivem para um objectivo, como se não houvesse amanhã… Os limites surgem numa qualquer hora em que, porque se olha o espelho e se vê um espectro, ou porque se perde uma razão de existir. Aí, percebe-se finalmente que há um fim à vista. Deixa-se então de se sentir imprescindível.

Restam os memoriais da obra feita.




quarta-feira, 28 de abril de 2010

Salvador Dali


"Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca e mesmo se ficarmos quietos, o
que buscamos nos encontrará. É algo que leva muito tempo esperando por nós.
Enquanto não chega, nada faças. Descansa. Verás o que acontece enquanto isso
.”

Clarissa Pinkola

Será que existe destino? Ou ele é produto do nosso percurso?

Por vezes acreditamos que a sorte ou o azar que nos marcam, resultam duma profecia anunciada que nasceu connosco, escrita nas coordenadas astrológicas que a posição dos corpos celestes nos determinou.

Mas a verdade é que as nossas decisões também nos prescrevem o futuro, condicionam-nos o trajecto da vida, invertem os nossos anseios, somente porque fomos nós que escolhemos o atalho, convictos que seríamos o mais apropriado para seguir caminho.

A natureza humana é impaciente, não se resigna simplesmente apenas o quotidiano,ela planeia, sonha, sofre por antecipação. Seria bem mais pacífica a existência, se cada um de nós, simplesmente se limitasse a existir.

E então veríamos o que aconteceria enquanto isso… Talvez o que buscamos nos encontrasse, talvez porque não teimássemos em procurar…

E o tempo passaria mais de vagar,a exigência diminuía e viveríamos um dia de cada vez!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Escola na república in Google imagens

Para ter ideias claras sobre o futuro do nosso País é fundamental tê-las sobre o seu passado." (Carvalho Homem)

A transmissão dos legados patrimoniais, relativos aos valores ideológicos e culturais do passado, representa uma herança segura deixada aos jovens, ensinando-os a conhecer, cuidar e preservar das marcas deixadas pelos seus progenitores, construindo um memorial colectivo, para dar significado à vida.

A palavra ‘memória’ remete - nos necessariamente a outra, o ‘passado’. A memória é algo que se distingue do presente, mas que, ao mesmo tempo, faz parte dele. Por isso, tal como a memória, também o passado é entendido, sob o prisma do pensamento ocidental, num âmbito temporal distinto do presente.

É preciso não esquecer que a memória dos jovens está recheada por representações e noções sobre o passado, adquiridas nos contactos sociais. Os factores afectivos têm um peso decisivo nessas memórias colectivas e são até fonte de muitas interpretações unilaterais dos factos históricos, sendo que, por vezes, muitas delas são construídas a partir muitos esquecimentos. O próprio passado é visto em função do presente dependente das expectativas do futuro.

Consequentemente, o ensino da História deve contribuir para edificar uma memória fundada na informação crítica e plural, que inclua quadros de referência, para se continuar a perpetuar o passado, em função da reflexão sobre o mundo actual. Daí que a consciência histórica deva revestir um carácter humanistas, partindo das realidades próximas, locais, nacionais e europeias, com as quais nos identificamos, para a compreensão das afinidades e diversidade humana cultural, cuja memória colectiva seja entendida como uma representação do passado compartilhado, promovendo e definindo as identidades de grupo. Nos últimos tempos tem-se desenvolvido, ao nível social, uma crescente preocupação pela preservação do nosso património cultura, na a tentativa de colmatar as necessidades e deficiências locais neste campo, estando-se a converter numa orientação política para os autarcas.

É pois neste contexto, que a escola se inscreve como adjuvante na pesquisa da herança cultural e ensino dos valores patrimoniais, incentivando à preservação e promovendo a formação cívica, mas forjando sempre o espírito crítico.É fundamental avivar lembranças dos que ainda as guardam, escutadas dos seus pais e avós, como testemunhos vivos do passado, estendendo os seus depoimentos às novas gerações, que erguerão o memorial concelhio, em estreita colaboração com o lugar de aprendizagem por excelência, que são as escolas cheias de jovens em formação Deve dar-se primazia à articulação da aprendizagem global, formativa e cívica, no sentido da correlação entre novos ”aprendizes” e os “velhos” guardadores de memórias, em forma de trocas intergeracionais. `

"Só protegemos o que amamos, só amamos o que conhecemos"

(Lema da OPA )

domingo, 28 de março de 2010

Res Publica


"Há muito poucas repúblicas no mundo, e mesmo assim elas devem a liberdade aos seus rochedos ou ao mar que as defende. Os homens só raramente são os dignos de se governar a si mesmos"(Voltaire)


Portugal comemora 100 anos de republicanismo. Viva a república!
Polémico ainda neste velho continente europeu o melhor tipo de poder.Talvez haja um estigma que nunca largou os povos que aderiram à república, em convívio político paralelo aos que permaneceram monárquicos.
A monarquia não passa de um clássico símbolo,resultante da evolução tribal, reunida em volta do seu chefe, reconhecido elemento unificador, para a defesa da casta.Por norma, alguém fisicamente capaz, de cariz forte, destemido, transmissor de segurança. Depois,esse ceptro acabou por ser perpetuado no seio familiar, em transmissão directa.
Mas a questão põe-se: é garante a mesma qualidade de liderança nas futuras gerações? E aí todos teriam de se resignar com o rei de direito próprio, mesmo que fosse impróprio para consumo? Ainda que constitucional, a monarquia delegava na figura real a chancela do seu povo, porém, este teria de se submeter a esse conformismo.Mesmo com muitos defeitos, um presidente é escolhido, de um entre os seus pares, em teoria legislada.
Depois, claro, surgem as imperfeições, desvirtuando os preceitos dos princípios que nortearam essa soberania. Mas também se está bem a tempo de os modificar, já que é dos erros que se evolui, melhorando o que não é funcional.
E note-se que a soberania do povo delega o poder em quem elege, não há súbditos! Mas que há um certo romantismo na figura real, há, no imaginário colectivo dos contos ancestrais de príncipes e princesas .
Talvez seja essa a nostalgia que ainda nos arrasta a asa para essa vertente do poder de sangue azul, não obstante a racionalidade que preside ao livre escrutínio duma república.
Dela restou um ideário:

"... encararemos o republicanismo como uma doutrina sociopolítica de raíz humanista, que inseriu a defesa dos direitos individuais num horizonte de sociabilidade cívica." (Catroga)




sábado, 13 de março de 2010





A jovialidade empresta.nos uma imensa a coragem à nossa vida, porque a vislumbramos como uma montanha, que vamos subindo, sem que avistemos a morte situada no sopé, já lá do outro lado. Todavia, ao atingirmos o pico, defrontamo-nos de facto com essa cruel realidade finita, até então ignorada .Aí, como a força vital começa a enfraquecer, a coragem decresce, estampando-se no nosso facies uma integridade sombria, esta passa então a reprimir a audácia juvenil. Enquanto somos jovens, a vida é como se fora eterna,pelo que gozamos o nosso tempo com prodigalidade, porém, quanto mais velhos , mais economizamos cada dia vivido, sem desperdício, antes que eles se findem... Todos falam da idade, do tempo que passa por cada um de nós...afinal todos a receiam...

Não mudamos com a idade na estrutura do que somos...

apenas, como na música, somo-lo noutro tom.

Vergílio Ferreira

Os velhos acreditam em tudo,

as pessoas de meia idade suspeitam de tudo, os jovens sabem tudo

Óscar Wilde

O homem que é pessimista antes dos 50 anos,

sabe demasiado; o que é optimista

depois, não sabe o bastante

Mark Twain

Até mesmo para quem passou toda uma vida no mar,

chega uma idade em que se deixa a embarcação,


Italo Calvino

Cada um tem a idade... do seu coração, da sua experiência, da sua fé!

George Sand

Envelhecer é passar da paixão à compaixão.

Albert Camus

O mais importante que aprendi a fazer,

depois dos quarenta anos foi a dizer não quando é Não!!!


Gabriel G Marquez

A mocidade é um erro belo,

porque vive a vida que está para diante;

a velhice é um erro triste,

porque vive a vida que ficou para trás...



Antero de Figueiredo

Você pode viver até aos cem anos se abandonar
todas as coisas que fazem com que você queira viver até os cem anos
...

Woody Allen