“ Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer?”
William Shakespeare
Somos o que construímos, mas não escapamos à herança dos genes que nos criaram.
Constituímo – nos num punhado de ideias edificadas a partir da educação, da experiência e da aptidão inata para sermos alguém individualizado. Sentimos, mas também intuímos. Misto de bichos e de humanos, amamos e odiamos, por vezes com a mesma força com que devoramos, quando temos fome.
A melhor barreira que nos separa dos outros seres vivos é que trazemos connosco o dom da dúvida, face à vida. Questionamos tudo, reflectimos, hesitamos, decidimos em abono da razão ou do coração, mas o nosso vacilar conduz-nos à edificação da nossa existência.
Sabemos que somos finitos, mas porque o tememos, procuramos sempre não vislumbrar esse horizonte, actuamos como se não houvesse amanhã…A esperança é sempre a candeia que alumia o nosso percurso, agarramo-nos à mítica fé de que ainda não chegou a nossa hora. Observamos as partidas dos outros, que do mesmo cais zarpam rumo ao nada, expressamos os nossos lamentos, mas lá no fundo não consentimos que um dia destes sejamos nós a levantar a âncora. Presunção de eternidade…
Nunca será tarde: existimos, somos, duvidamos, vivemos e finamo-nos renegando a morte. E os que vão ao seu encontro, deixaram de duvidar, perderam o receio, desistiram da existência, demitiram-se de si.
Assim podemos evoluir Meg, questionando o que somos e o que fazemos, penas que nem sempre este questionamento seja para o beneficio da humanidade, mas sim o beneficio de si próprio.
ResponderEliminarFique com Deus, menina.
Um abraço.
Ola Meg
ResponderEliminarRealmente somos fruto de uma mistura genética e daquilo que construímos para nós, somos responsáveis pelo que somos.
Obrigado por sua visita.
Beijos
Cara MEG
ResponderEliminar»»»»»»»»»
Talvez num momento de loucura ou de serenidade louca, resolvi que quando finasse a minha existência no Planeta, queria descer à campa rasa usando um Hábito de Franciscano. Sabendo que o futuro é efémero e ninguém se livra da morte. Pedi a um amigo meu Padre Franciscano de Montariol Braga, que pedisse autorização ao Abade para me dar o seu hábito mais gasto. Este hábito não tinha tido, por chegar atrasado, descido à terra no corpo da sua irmã. Posso dizer o mesmo, pois quando morrer a vontade passa a pertencer aos outros entes queridos ou não.
Mas o que é um facto é que já cá tenho o Hábito guardado, faltando-me somente as sandálias Franciscanas. Está guardado dentro do meu guarda-fatos, porque mais tarde ou mais cedo é um facto que vou, por minha vontade usá-lo.
S. Francisco irá ficar admirado de aparecer com o hábito Franciscano um Ser a quem chamamos pecadores. Santo Agostinha parece que gostava que o homem fosse pecador. Senão não enumerava e apelidava os pecados. Nas suas Confissões ele relatou um dos maiores pecados, como sendo para seu bem. Repudiou a amante ou companheira Flórea para não cair no pecado da tentação do amor carnal. Pecado demasiado infeliz, porque faz parte do amor e sobrevivência da espécie.
A Igreja dita Católica dentro da sua ortodoxia está em perigo de vida.
Serão mais uns anos e será engolida pela Genética de mão dada com o célebre ADN.
Sem mais
Um bem-haja
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Zé Ernesto Gaia
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José Ramos
Lindo texto que reflecte a realidade e a propósito da morte há uma música do Gilberto Gil muito interessante; como acontece comigo isso, gosto muito dela; eu também não tenho medo da morte...tenho medo de morrer. Vou deixá-la aqui, pois parece-me que é o que a maioria sente.
ResponderEliminar"não tenho medo da morte
mas sim medo de morrer
qual seria a diferença
você há de perguntar
é que a morte já é depois
que eu deixar de respirar
morrer ainda é aqui
na vida, no sol, no ar
ainda pode haver dor
ou vontade de mijar
a morte já é depois
já não haverá ninguém
como eu aqui agora
pensando sobre o além
já não haverá o além
o além já será então
não terei pé nem cabeça
nem figado, nem pulmão
como poderei ter medo
se não terei coração?
não tenho medo da morte
mas medo de morrer, sim
a morte e depois de mim
mas quem vai morrer sou eu
o derradeiro ato meu
e eu terei de estar presente
assim como um presidente
dando posse ao sucessor
terei que morrer vivendo
sabendo que já me vou
então nesse instante sim
sofrerei quem sabe um choque
um piripaque, ou um baque
um calafrio ou um toque
coisas naturais da vida
como comer, caminhar
morrer de morte matada
morrer de morte morrida
quem sabe eu sinta saudade
como em qualquer despedida."
Beijinhos e parabéns pelo tema.
Emília
Devemos sempre de por tudo em causa, vivemos neste mundo tridimensional onde tudo é ilusório, quanto á morte todos nos devíamos preparar, pois desde o primeiro dia do nascimento iniciamos o caminho para a morte, é algo tão natural como o nascimento em ambos não pode intervir a nossa vontade. "ser ou não ser", a nossa existência será mais dorida ou mais fácil dependendo como encaramos a vida e como nos posicionamos perante ele e os seres viventes.
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