O esquecimento é defesa do ser!
Senão, como é que
o filho esqueceria a mãe,
a mesma que lhe deu a vida,
o seguiu com o seu olhar zeloso,
quando esta emite o último suspiro…
e não volta mais…
Ou como havia a mãe de deixar ir os filhos,
a quem deu todo o seu amor,
todo o seu saber.
Quando o saber está dado,
o amor nunca terminado,
O filho parte, o ninho fica vago…
Como se ergueria do chão,
sem o esquecimento o que foi torturado,
o que perdeu a identidade,
o perseguido, o ostracizado
o mal-amado,
quando a escuridão emergiu das brumas
e o mundo lhe fechou as portas…
Faz-se o luto:
A catarse ameniza a dor,
Desvanece-se a intensidade do sofrimento,
Renova-se um filamento da vida,
Ilumina-se um atalho.
De face cabisbaixa,
Parte-se de novo…
(Meg)