terça-feira, 3 de março de 2009

Livremente condicionado ...


"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. (.Declaração dos Dieitos e cidadãos, artigo1)
 A vida é um bem de todas as pessoas., nenhuma vida humana é diferente de outra, nenhuma vale mais do que outra  O entendimento filosófico  é que a vida humana é um bem anterior ao Direito, que a ordem jurídica deve integrar.. E nenhum bem humano é superior à vida,  não sendo portanto justo matar, para que alguns  homens fiquem mais poderosos, para satis fazer as ambições ou a intolerância de alguns, nem para que uma parte da humanidade  possa vir a impor ao resto do mundo seu sistema de vida.
Daí que  Amnistia Internacional se oponha à pena de morte em todos os casos, por ser uma  degradante violação à vida, condiderando contudo ainda medidas que limitem a aplicação da pena de morte, tendo por finalidade no limite, a  direcção à abolição total de tal pena capital, incluindo ressalvas que impessam  a execução de menores.
Por outro lado, há também o direito à morte, ou melhor, a liberdade e o direito de, em situação de igualdade, poderem dispor de da sua vida, sem penalizar terceiros, inflingindo-lhes sofrimento coercivo.
Disto advem o velho problema da eutanásia, já que o suicídio parece ser um caso arrumado,após a sua concretização, cujas lágrimas, porventura vertidas pelos enlutados, não incriminam os suicidas, apenas lamentam a sua perda.
A eutanásia é um vocábulo derivado do grego eu (bom) ethanatos (morte)  significando ,  a morte  doce e tranquila. Foi mesmo  um conceito  associado ao "Euthanasieprogramm "do nacional socialismo, eliminador de doentes portadores de alterações genéticas, impeditivas de seleccionar uma boa raça... 
O prolongamento artificial da vida deveencontrar  uma  fronteira. Se por um lado, a medicina aliada à tecnologia avançou e continua avançando, ao ponto, de conseguir através dela  prolongar a vida humana, por outro  lado, deve ter-se presente os limites toleráveis da procrastinação de modo a indefinir o inevitável processo da morte, prolongando o sofrimento alheio.
Há uma rota de colizão entre  a concepção de morte   e  a dignidade humana. 
Até onde começa o direito à vida e termina o direito à morte por opção? 
Quem pode condicionar o livre arbítrio?
Como se pode ser o responsável pela vida e morte dos que não se podem pronunciar sobre elas?

"Viver interessa mais que ter vivido" .
     Agostinho da Silva     ("Textos e Ensaios Filosóficos")
"...morremos no exacto momento em que deixamos de ser úteis"
   Sartre , Jean-Paul    ("Mortos Sem Sepultura")


3 comentários:

  1. SUICÍDIO DO TEMPO


    Encarceraram o tempo em desconhecido calendário...
    Percorreu assim minutos, horas, dias, meses e anos!
    Sem aptidão de prever o futuro, o sufoco era diário;
    Talvez um mero suicídio fosse o menor dos danos.
    Um bem-haja
    Zé Ernesto Gaia

    Gostei imenso do texto! Agostinho da Silva nasceu na Trav.de Nova Sintra - Campanhã, junto à casa do meu falecido Pai.

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  2. Só tu mamã para escreveres algo tão verdadeiro, com um olhar objectivo, mas ao mesmo tempo tão simples e claro sobre algo tão delicado. Quase que deixa de o ser...
    Nunca percas essa capacidade de critica construtiva e simplificada que eu tanto me orgulho de ver na minha querida MÂE! ADORO-TE!
    Inês

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  3. Fantástico!
    É fantástica a mensagem da Inês. Parabéns à Inês e parabéns à Mamã.
    Bonito sentimento de admiração mútua...
    Percebe-se uma excelente relação de Mãe e Filha que é, ao mesmo tempo, de pura e forte amizade. Ou seja, para além de Mãe e de Filha, são as maiores e melhores amigas uma da outra.
    Que saudável cumplicidade!...
    Eu sei o que isso é!...

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