domingo, 7 de fevereiro de 2010

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A história é a vida das colectividades; a novela é a vida dos indivíduos

(Alphonse Daudet )

São os protagonistas da História da Humanidade, nasceram, viveram e morreram sem nunca terem sido valorizados, porque apenas se limitaram a ser.

Dos fracos não reza a História, diz o velho aforismo popular, que tal como toda a sapiência empírica enferma do mal das adulterações de entendimento, regidas apenas pelo que é visível, não pelo que se dá no âmago da acção. Daí que os heróis passaram sempre a ser os personagens que edificaram os valores da vida, à velha maneira dos clássicos, em bom exemplo e incentivo para os demais, ainda que arrastassem também consigo os vícios privados atrás das públicas virtudes. Já posteriormente se procura apenas realçar os heroísmos, em corpos tão sãos, sem máculas espirituais, como se fossem pequenos Deuses, concebidos no seio das religiões monoteístas, puros, sem pecado, determinados, poderosos, capazes, dotados de um dom.

A História foi estudada em função dos” Grandes “, daqueles que se distinguiram pelos actos aplaudidos pelas civilizações ocidentais, ou analisada pelo contraste dos que se evidenciaram pelas acções consideradas vis, de extermínio, ou simplesmente de domínio. E ecoam para sempre Alexandre Grande, Carlos magno, George Washington, Nelson Mandela, ou, Nero, Carlos V, Hitler, Pinochet….

Revisitando o poeta Augusto Gil, numa simetria verbal…” Os Anónimos Senhor, porque lhes dais tanta dor, porque padecem assim…?”, sem memória colectiva, realçada pelas virtudes, ou pelo sofrimento, cedendo sempre a sua vez aos ilustres, que constam dos Anais, insigne pelo feito relevante, ainda que não auferindo a mesma presunção de aplauso, por unanimidade, mas sim pela ascendência que determinam.

Eles nasceram e cresceram nos seus meios, por vezes hostis, lutaram pela sua sobrevivência, mas também despiram a pele do “egoísmo” e vestiram a capa da filantropia, salvaram gente, construíram terras, inventaram remédios, curaram moribundos, sofreram abusos, explorados, mas também foram coniventes no ultraje alheio, choraram, riram, adoeceram, fizeram exames de consciência, arrependeram-se, ou não, mirraram, percepcionaram a fraqueza humana, souberam que nunca seriam eternos…morreram. Pouco são lembrados…são os anónimos, edificaram a História , “E cada homem é um livro onde o próprio Deus escreve” (Victor Hugo)



10 comentários:

  1. Muito bom este texto, Meg. De facto assim é; vemos todos os dias verdadeiros heróis que lutam pelos mais básicos direitos, pessoas que ajudam os mais desfavorecidos todos os dias, pessoas que deixam de comer para que os seus filhos tenham alguma coisa, gente que deixa o conforto do seu lar para ir em socorro dos que sofrem, como é o caso do Haiti e tantos outros. Todos nós conhecemos grandes heróis de quem a história nunca falará. Um beijinho e até breve
    Emília

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  2. Cada pessoa acaba sendo o seu herói (e vilão) quando descide viver a própria vida...

    Penso que isto se trate os post de hoje, mas está melhor Meg?

    Fique com Deus, menina Meg.
    Um abraço.

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  3. Olá amiga Meg

    Sublime este texto, dá pano para mangas, excelente refexão sobre os grandes e os anónimos homens na esmagadora maioria que fizeram e fazem o nosso mundo.

    Adorei
    eijinho

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  4. "... E de novo acredito que nada do que é
    importante se perde verdadeiramente
    Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas,
    dos instantes e dos outros.
    Comigo caminham todos os mortos que amei,
    todos os amigos que se afastaram,
    todos os dias felizes que se apagaram.
    Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

    Miguel Sousa Tavares

    Desejo uma linda semana.
    Abraços com carinho.

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  5. Oi Amiga!
    Por mais que impingem à sociedade os tais"herois", nós sabemos quem são os verdadeiros, por isso esse que de falas anónimos para mim e para muitos não o são
    São sim os forjados, esses é que têm a estátua colocada no atrio , a esbarrar com o povo.
    Até breve
    Herminia
    comecarde novopt.blogspot, com
    ,

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  6. Simpática e Genial Amiga Doce:
    Um delicioso texto de salavaguarda de identidades preciosas do pensamento Universal.
    São heróis de uma existência, como adoravelmente, diz.
    Possui um don em tudo o que faz e é, ENCANTA!
    Adorei. Um Post repleto de significação e interesse profundo.
    Parabéns sinceros.
    Beijinhos de pura amizade.
    Sempre a respeitá-la e a admira-la.
    Fantástico!

    pena

    MUITO OBRIGADO por constar dos seus amigos.
    Bem-Haja, notável Amiga ENORME!

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  7. Sim, nossa vida é uma novela cujo autor é Deus, protagonizamos aquilo que está escrito para nós, e sempre dizem, que Deus gosta de novelas, por isso nessa vida há tantos encontros e desencontros, surpresas de amor!
    beijos, linda semana

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  8. Cada um de nós escreve o seu livro de vida, que fica explanado no Universo, uns deixam legado á humanidade, outros não nas no fundo fazemos parte de um todo
    beijinhos

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  9. Minha querida Meg...

    Na verdade, são mesmo os anônimos que constroem a história...

    Foram os anônimos - inclusive os que perderam a vida - que construíram as pirâmides... e no entanto seus nomes nunca aparecerão nos livros de História!

    Mas...

    "Cada um de nós constrói a sua história e cada ser, em si, carrega o dom de ser capaz... e ser feliz..."

    Certamente, cada um de nós anônimos, estamos marcando a vida de alguém!!

    Beijos com carinho!!

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  10. Tardecita de sábado y repasando mis blogs favoritos. Un palcer siempre pasar por tu espacio.

    Saludos y un abrazo.

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